O Brasil é o 2º país que mais usa inteligência artificial generativa, segundo pesquisa conduzida em 14 países pela Cisco e pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Os dados são do estudo “Como as pessoas vivenciam as novas tecnologias e a IA generativa?”, divulgado em dezembro. Leia a íntegra (PDF – 1.088 KB). Mais da metade (51,6%) dos brasileiros entrevistados disseram usar IA ativamente no dia a dia. O país só fica atrás da Índia, onde 66,4% dos participantes declararam utilizar a tecnologia.
A África do Sul ficou em 3º lugar, com 45,4%, seguido pelo México (44,2%) e pelos Estados Unidos (44,2%). Japão (18,5%), Alemanha (19%) e Itália (23,1%) registraram as menores taxas de uso ativo.
A pesquisa foi realizada em Austrália, Brasil, Canadá, França, Alemanha, Índia, Itália, Japão, Coreia, México, Holanda, África do Sul, Reino Unido e Estados Unidos. Foram entrevistadas 14.611 pessoas. Cada país foi representado por cerca de 1.000 indivíduos, selecionados para refletir a variedade de contextos socioeconômicos e culturais. A exceção foi a Índia, país mais populoso do mundo, que teve 1.500 participantes.
No recorte por idade, o estudo mostra que, quanto mais jovem, maior é a adesão à tecnologia: 54% dos entrevistados de 18 a 25 anos disseram usar IA no dia a dia. Em seguida, vem as faixas de 16 a 35 anos (50,7%), 36 a 45 anos (42%) e 46 a 55 anos (31,4%). Só 12% dos entrevistados de mais de 66 anos disseram ter aderido ativamente à ferramenta.
O Brasil também ficou em 2º lugar no ranking de confiança na inteligência artificial. Dos brasileiros que participaram da pesquisa, 34,4% afirmam confiar completamente na tecnologia. Outros 44,4% declararam que confiam “até certo ponto”, 5,4% disseram não confiar “de jeito nenhum” e 15,9% não souberam responder.
Japão, Holanda e Coreia do Sul são os países mais céticos quanto à confiabilidade da tecnologia.
Entre todos os participantes globais, a faixa etária de 18 a 35 anos registrou o maior índice de confiança na IA: foram 22,6%, contra 17,7% do grupo de 36 a 55 anos e 10,4% na faixa de 56 anos ou mais.
Os dados mostram que economias emergentes como Índia, Brasil, México e África do Sul estão liderando a adesão global à IA com as maiores taxas de uso e os maiores níveis de confiança, enquanto os europeus demonstram menos confiança e mais incerteza quanto ao uso da tecnologia.
“Isso mostra uma mudança em relação aos padrões históricos, nos quais as economias emergentes costumam demonstrar maior lentidão no acesso e na utilização de novas tecnologias”, avalia a Cisco.
Ao comentar os dados por faixa etária, a empresa destaca que cada geração vê a tecnologia de forma distinta: “A percepção da IA é diferente entre as faixas etárias. Adultos com mais de 45 anos tendem a ver a IA como menos útil e mais da metade não a utiliza. Observa-se que entre os entrevistados com mais de 55 anos, a incerteza sobre a confiança na IA pode ser um reflexo da falta de familiaridade, e não uma rejeição”.
A pesquisa traz ainda um dado que relaciona IA ao mercado de trabalho. No Brasil, 41,4% dos jovens de 26 a 35 anos afirmaram ter realizado em suas empresas alguma qualificação relacionada à tecnologia nos 12 meses anteriores à pesquisa.
Quando considerados todos os 14 países da pesquisa, a taxa de jovens que já concluíram algum tipo de treinamento na área é de quase 50%.


