O Bitcoin recuou aproximadamente 2% nas últimas 24 horas, negociando próximo a US$ 87 mil, enquanto enfrenta pressão vendedora significativa. Segundo relatórios da Binance, saídas líquidas de fundos de investimento em Bitcoin (ETFs) atingiram US$ 357,6 milhões, um fator determinante para a queda observada.
Analistas apontam níveis de suporte críticos em US$ 84-85 mil, com risco de queda adicional para US$ 74 mil caso esses patamares sejam rompidos. A volatilidade reflete não apenas fatores técnicos, mas também a reação do mercado cripto a dados macroeconômicos globais e incertezas geopolíticas.
O Ethereum acompanhou a tendência de queda do mercado cripto mais amplo, sem eventos específicos de protocolo nas últimas horas. A correlação entre Bitcoin e sentimento de risco global permanece forte, com investidores reduzindo exposição a ativos de maior risco.
Os mercados financeiros mundiais enfrentam maior aversão ao risco em dezembro de 2025. A divulgação de dados de emprego dos EUA em novembro mostrou criação de 64 mil vagas, acima das expectativas, reduzindo apostas em cortes de juros imediatos pelo Federal Reserve.
Essa leitura mais forte do mercado de trabalho americano pressionou bolsas globais e valorizou o dólar. No Brasil, o Ibovespa caiu 2,4% em sessão recente, enquanto o dólar subiu 2,38% em dezembro. A moeda americana acumula queda de 11,62% em 2025, mas a volatilidade recente reflete incertezas sobre a trajetória de juros domésticos e externos.
O petróleo recuou para níveis não vistos em sete meses, atingindo patamares mais baixos em função de expectativas sobre negociações geopolíticas, particularmente entre Rússia e Ucrânia. Essa queda nos preços de energia oferece algum alívio inflacionário, mas também sinaliza preocupações sobre demanda global.
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) manteve sua projeção de crescimento para a região em 2,4% em 2025, com o Brasil estimado em 2,5%. Esse crescimento moderado ocorre em um ambiente externo frágil, marcado por fricções comerciais globais e políticas monetárias restritivas nas economias avançadas.
O ano de 2025 foi particularmente desafiador para o Brasil, com aperto monetário refletido em Selic elevada e impacto de choques externos que redesenharam cadeias produtivas. A indefinição sobre a política de juros doméstica continua pressionando mercados financeiros locais.
A geopolítica global em 2025 apresenta dinâmicas que afetam diretamente os mercados financeiros e criptomoedas. A administração Trump nos EUA implementou medidas como bloqueio de petroleiros venezuelanos, gerando tensões regionais e risco de elevação de preços de energia.
A nova estratégia de segurança americana divulgada em dezembro critica instituições europeias e muda ênfases de política externa, criando incerteza sobre cooperação transatlântica em comércio, tecnologia e defesa. Líderes europeus, como o ministro português Paulo Rangel, reafirmaram compromissos atlânticos enquanto adotam postura cautelosa.
O avanço de forças de direita radical e autoritária em 2025 é apontado por analistas como fator desestabilizador da ordem internacional. Medidas protecionistas e sanções motivadas politicamente tendem a aumentar barreiras comerciais e elevar o prêmio de risco para investimentos em várias economias.
A crise humanitária em Gaza e tensões no Oriente Médio continuam pressionando preços de petróleo e gás, afetando rotas comerciais e seguros marítimos. Conflitos prolongados nessa região tipicamente elevam o risco geopolítico global e impactam cadeias logísticas internacionais.
A queda do Bitcoin e a volatilidade nos mercados cripto não ocorrem em vácuo. Elas refletem dinâmicas macroeconômicas e geopolíticas mais amplas que afetam apetite por risco global.
Investidores institucionais e fundos de investimento estão reduzindo exposição a ativos de risco, incluindo criptomoedas, em resposta a: (1) expectativas de juros mais altos por mais tempo; (2) incertezas geopolíticas que elevam prêmio de risco; (3) volatilidade em dados econômicos que afetam confiança.
Para o mercado cripto, o ambiente atual favorece estratégias defensivas e maior atenção à liquidez. A correlação entre Bitcoin e índices de ações globais permanece elevada, sugerindo que movimentos no mercado cripto continuarão acompanhando sentimento de risco mais amplo.
Fluxos de ETFs de Bitcoin: Entradas ou saídas líquidas continuarão sinalizando sentimento institucional sobre criptomoedas.
Dados Macroeconômicos: Relatórios de emprego, inflação e vendas no varejo nos EUA e globalmente afetarão expectativas de juros e apetite por risco.
Desenvolvimentos Geopolíticos: Negociações sobre Rússia-Ucrânia, tensões no Oriente Médio e política comercial americana continuarão influenciando preços de commodities e sentimento de mercado.
Níveis Técnicos do Bitcoin: Suporte em US$ 84-85 mil e potencial downside em US$ 74 mil permanecem como pontos críticos a acompanhar.
O mercado cripto em dezembro de 2025 reflete tensões mais amplas na economia global: incerteza sobre trajetória de juros, pressões geopolíticas crescentes e volatilidade em dados econômicos. Bitcoin e Ethereum enfrentam pressão vendedora, com saídas de fundos de investimento sinalizando redução de apetite por risco.
Para investidores e observadores de mercado, o ambiente atual exige atenção contínua a desenvolvimentos macroeconômicos, geopolíticos e técnicos. A conexão entre criptomoedas e dinâmicas globais mais amplas nunca foi tão evidente.

