O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou nesta 4ª feira (17.dez.2025) que autoridades dos Três Poderes precisam ter “coerência” entre discurso e prática na área de segurança pública. Segundo ele, “não vale pregar endurecimento de pena” e, depois, “propor anistia”. A declaração foi feita durante a posse do superintendente da PF no Distrito Federal, Alfredo José Junqueira.
“Não vale pregar mais endurecimento de pena, proibir benefícios condicionais, inclusive os previstos… E, na hora da prática, fazer outra coisa, como, por exemplo, propor anistia ou propor afrouxamento de penas para quem comete crime de violência. E eu entendo que a nossa instituição está cumprindo seu papel nesse grande desafio coletivo”, declarou.
A fala ocorre enquanto o Senado Federal analisa o relatório do Projeto de Lei 2.162 de 2023, o PL da Dosimetria, que reduz o tempo de prisão dos condenados pelos atos de 8 de Janeiro e por planejarem um golpe de Estado, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Como mostrou o Poder360, o relator do projeto na Câmara Alta, senador Esperidião Amin (PP-SC), apresentou um texto favorável à redação aprovada pela Câmara dos Deputados.
Andrei Rodrigues afirma que a diretoria da PF tem atuado junto com integrantes do Congresso Nacional para que “nenhum projeto legislativo retire atribuições ou reduza a capacidade operacional da Polícia Federal”.
“Ao revés, temos dialogado continuamente com o Parlamento Brasileiro para aprimorar o sistema legal, condicional ou incondicional, para fortalecer o combate ao crime organizado, que necessariamente passa pelo fortalecimento da Polícia Federal”, afirmou.


