O presidente da Argentina, Javier Milei (La Libertad Avanza, direita), elogiou neste sábado (20.dez.2025) a pressão militar dos Estados Unidos sobre a Venezuela.
Durante discurso na Cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu (PR), Milei defendeu que os ataques do Exército norte-americano a barcos na costa venezuelana e as ameaças de operações terrestres na região buscam “libertar” a população do país.
“A Argentina saúda a pressão dos Estados Unidos e de Donald Trump para libertar o povo venezuelano. O tempo de ter uma aproximação tímida nesta matéria se esgotou”, disse o presidente argentino.
Milei declarou apoio à expansão das operações militares dos EUA na Venezuela e chamou Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda) de “narcoterrorista”, endossando o discurso de Donald Trump de que o presidente venezuelano colabora com cartéis de drogas.
“A ditadura atroz e desumana do narcoterrorista Nicolás Maduro lança uma sombra escura sobre a nossa região. Esse perigo e essa vergonha não podem continuar existindo no nosso continente, ou vão terminar arrastando todos consigo […] Reiteramos nosso chamado de que se respeite a vontade do povo venezuelano”.
O discurso de Milei foi na contramão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao abrir a cúpula poucos minutos antes, Lula disse em seu discurso que “uma intervenção armada na Venezuela seria uma catástrofe humanitária para o hemisfério e um precedente perigoso para o mundo”. O petista não citou nenhum país, mas a fala foi uma referência aos EUA.
O petista disse na 5ª feira (18.dez) que pretende ligar para Trump nos próximos dias para discutir as ameaças norte-americanas à Venezuela.
O presidente dos EUA declarou na 6ª feira (19.dez) em entrevista à NBC News que avalia a possibilidade de uma guerra com a Venezuela. Falou em novas apreensões de petroleiros venezuelanos, mas não deu prazo para as ações.
Lula vem se colocando à disposição para intermediar conversas entre os 2 países. Defende um acordo para evitar uma guerra na América do Sul.
O Brasil seria impactado com uma eventual incursão dos EUA no país vizinho. Refugiados voltariam a entrar no Brasil e haveria um clima de insegurança bélica no continente. Presidentes de direita de outros países tendem a se aliar aos EUA, o que fragilizaria a situação política na região.
Os EUA intensificaram nos últimos meses a presença militar na costa da Venezuela e no Mar do Caribe. O Exército norte-americano mantém posicionados na região navios de guerra, caças F-35 e o porta-aviões USS Gerald R. Ford.
Desde que a escalada militar começou, os militares norte-americanos já atacaram 26 embarcações e mataram 99 pessoas no Caribe e no Oceano Pacífico. O Departamento de Defesa dos Estados Unidos afirma que os barcos estão ligados ao tráfico de drogas. Trump acusa Maduro de colaborar com o que os EUA classificam como “narcoterrorismo” na região.
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