A polêmica da Havaianas ganhou força nas redes sociais nas últimas 24 horas após a veiculação do comercial da Havaianas com Fernanda Torres, campanha de fim de ano da marca.
O vídeo, batizado informalmente de “pé direito”, foi interpretado por setores da direita como uma mensagem subliminar de cunho político, o que levou a pedidos de boicote à Havaianas e acusações de “cancelamento” da marca.
Mas, afinal, qual a polêmica da Havaianas, o que de fato aconteceu e quais foram os efeitos práticos, inclusive para as ações da Alpargatas?
A propaganda da Havaianas 2025, estrelada por Fernanda Torres, utiliza a expressão “começar com o pé direito” em um discurso motivacional. A peça, alinhada ao histórico publicitário da marca, foi lida por críticos como uma suposta provocação política, gerando acusações de viés ideológico na propaganda Havaianas Fernanda Torres.
O episódio rapidamente escalou nas redes, com vídeos de parlamentares e influenciadores conservadores anunciando o boicote à Havaianas e incentivando consumidores a migrarem para marcas concorrentes, como a Grendene.
A marca entrou nas trends do Google com mais de 100 mil buscas em poucas horas, tendo o estado de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná como os principais interessados no assunto.
Nas redes sociais, especialmente no X (antigo Twitter) e no Instagram, o engajamento disparou, ficando atrás apenas do título da Copa do Brasil pelo Corinthians. Até a tarde de hoje (22), o X teve 192 mil publicações sobre o tema, com destaques para políticos e influenciadores de direita. Líderes como Gilson Machado Filho (PL-PE) e vereadores como Rubinho Nunes e Adrilles Jorge criticaram abertamente a campanha.
Até a ex-deputada Bia Kicis publicou story no Instagram jogando um par de Havaianas no lixo, e o deputado Nikolas Ferreira fez postagem em apoio à hashtag do boicote. Além dos políticos, perfis ligados ao bolsonarismo (como Marcos Pereira, Carolina Moura, etc.) ajudaram a espalhar o boicote.
Na imprensa, foram repercutidos trechos de declarações provocativas: por exemplo, o ex-ministro Pazuello chamou a campanha de “desserviço à sociedade” e prometeu jamais usar Havaianas.
Diferentemente do que foi divulgado por diversos perfis nas redes sociais, a Havaianas não retirou o vídeo do ar. No Instagram, por exemplo, a peça segue disponível no formato de Reels.
Clique aqui para assistir ao comercial de fim de ano da Havaianas.
A Havaianas pertence ao grupo Alpargatas (ALPA4), listado na B3. Por isso, investidores passaram a monitorar o desempenho das ações da controladora em meio à repercussão.
Com a repercussão, os papéis passaram a recuar na sessão desta segunda-feira (22), recuando quase 3%, às 14h45 (horário de Brasília).
Analistas ouvidos pelo mercado ressaltam que episódios de polêmica publicitária costumam gerar ruído de curto prazo, mas raramente se traduzem em efeito financeiro duradouro, especialmente quando a marca possui forte reconhecimento e distribuição consolidada, como a Havaianas.
Enquanto a direita impulsionou o discurso de cancelamento da Havaianas, a esquerda reagiu com ironia e defesa da campanha, transformando o episódio em mais um capítulo da polarização cultural brasileira. Parlamentares progressistas chegaram a adotar o uso simbólico das sandálias em sessões legislativas, esvaziando o efeito prático do boicote.
Apesar da intensidade do debate online, não há indícios de uma crise estrutural para a marca ou para as ações da Alpargatas. O episódio se concentra no campo reputacional e digital, com ciclo rápido de atenção, típico de controvérsias em redes sociais.
O caso serve mais como alerta sobre risco de imagem do que como gatilho de revisão de fundamentos. A propaganda da Havaianas com Fernanda Torres gerou uma forte reação política, dominou buscas no Google e inflamou as redes, mas até agora não se traduziu em impacto financeiro relevante.
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