O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), divulgou uma 2ª nota nesta 3ª feira (23.dez.2025) para explicar seus contatos com o presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo. Em comunicado enviado a jornalistas às 21h26min, Moraes negou ter tratado nessas conversas de assuntos relacionados ao Banco Master.
O gabinete do ministro também declarou que o escritório de advogados de Viviane Barci de Moraes, mulher de Moraes, nunca atuou na operação da venda do Master para o BRB (Banco de Brasília).
Os rumores ganharam força em razão da contratação de Viviane Barci pelo Master. Seus honorários seriam de R$ 3,6 milhões por mês, por 36 meses, totalizando R$ 129 milhões ao final da prestação de serviços. Essas informações foram divulgadas pela jornalista Malu Gaspar. O contrato entre Viviane Barci e o Master nunca foi divulgado na íntegra. Tampouco é conhecido quanto do acordo foi honrado, quais serviços exatamente foram prestados nem quantos pagamentos foram feitos. Viviane e o Master nunca contestaram os dados parciais já publicados.
Na manhã desta 3ª feira, o gabinete do ministro já havia enviado uma 1ª nota negando que as conversas com Galípolo tinham relação com o Master, mas de forma vaga e sem detalhes. Agora, na nova manifestação, Moraes declarou que teve duas reuniões com o chefe do BC e negou ter entrado em contato com ele por telefone.
A autoridade monetária também se pronunciou sobre o caso pela manhã, afirmando que os encontros entre Galípolo e o ministro do STF tinham o objetivo de “tratar dos efeitos da aplicação da Lei Magnitsky“.
Eis as íntegras das notas:
NOTA DO GABINETE DO MINISTRO (enviada em 21h26min de 23.dez):
“O Ministro Alexandre de Moraes esclarece que realizou, em seu gabinete, duas reuniões com o Presidente do Banco Central para tratar dos efeitos da aplicação da Lei Magnitsky. A primeira no dia 14/08, após a primeira aplicação da lei, em 30/08; e a segunda no dia 30/09, após a referida lei ter sido aplicada em sua esposa, no dia 22/09. Em nenhuma das reuniões foi tratado qualquer assunto ou realizada qualquer pressão referente a aquisição do BRB pelo Banco Master. Esclarece, ainda, que jamais esteve no Banco Central e que inexistiu qualquer ligação telefônica entre ambos, para esse ou qualquer outro assunto. Por fim, esclarece que o escritório de advocacia de sua esposa jamais atuou na operação de aquisição BRB-Master perante o Banco Central.”
NOTA DO GABINETE DO MINISTRO (enviada em 9h26 min de 23.dez):
“O Ministro Alexandre de Moraes esclarece que, em virtude da aplicação da Lei Magnistiky, recebeu para reuniões o presidente do Banco Central, a presidente do Banco do Brasil, o Presidente e o vice-presidente Jurídico do Banco Itaú. Além disso, participou de reunião conjunta com os Presidentes da Confederação Nacional das Instituições Financeira, da Febraban, do BTG e os vice-presidentes do Santander e Itaú. Em todas as reuniões, foram tratados exclusivamente assuntos específicos sobre as graves consequências da aplicação da referida lei, em especial a possibilidade de manutenção de movimentação bancária, contas correntes, cartões de crédito e débito.”


